7 de fevereiro de 2015

MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS - PARTE I: DESTILAÇÃO A VAPOR


Existem inúmeras formas de se extrair o óleo essencial de uma planta. A escolha de uma ou outra forma depende do tipo de planta da qual se quer obter o óleo, já que nem todas as formas funcionam para todas as plantas. Fatores econômicos também são levados em consideração. Dentre as formas disponíveis destacam-se três, que são as mais utilizadas em escala industrial.

A mais comum delas é a destilação a vapor, também conhecida como destilação por arraste de vapor

Destilação a Vapor 

Este processo de extração foi criado pelo químico persa Ibn Sina, conhecido como Avicena (980-1037). Avicena extraiu o óleo essencial de rosas e elaborou a água-de-rosas, feita com Rosa centifolia, na Europa das Cruzadas. 

Ibn Sina (Avicena)
A partir do método de destilação a vapor pode-se obter o óleo essencial de diversas partes da planta: folhas, sementes, ramos, caule, rizoma,etc. 

O processo de destilação a vapor está ilustrado na imagem abaixo (fig. 1), onde pode-se ver todas as partes do destilador, também conhecido como alambique ou extrator. Nesse processo, a matéria-prima vegetal, ou biomassa - neste caso, as partes da planta que contêm seu óleo essencial - é colocada em um recipiente chamado dorna juntamente com um pouco de água (etapa 1). Num outro recipiente, o balão de destilação ou caldeira, uma porção de água é aquecida até que se forme vapor (etapa 2). Esse vapor então passa através do material vegetal, rompendo os tricomas, que são espécies de ‘bolsas’ encontradas nas plantas. Estas, ao se abrirem, liberam o óleo essencial (etapa 3). Os óleos essenciais são substâncias altamente voláteis, ou seja, evaporam com extrema facilidade. Assim sendo, eles evaporam juntamente com a água e, nesse estado de pouca densidade, seguem para uma coluna conhecida como cabeça de Claisen, que fica na parte superior do destilador (etapa 4).

Em seguida, o vapor segue para um condensador, ou serpentina, onde passa por um processo de resfriamento (etapa 5). Ao final desse processo, o vapor segue para um recipiente coletor, conhecido como Erlenmeyer, que repousa em água fria (etapa 6). Nesta etapa, tanto o óleo essencial quanto a água saem do seu estado gasoso (vapor) e voltam para seu estado líquido. Como os óleos essenciais não se dissolvem em água, eles são então facilmente separados dela, já que possuem densidades diferentes (etapa final – fig. 2). A água resultante recebe o nome de hidrolato, hidrossol, água floral ou água perfumada. O hidrolato contém alguns elementos da planta e possui propriedades terapêuticas, embora não necessariamente idênticas às do óleo essencial. Seu emprego vem crescendo nas indústrias de perfumaria, cosméticos e aromaterapia.

Fig. 1 - Destilação por Arraste de Vapor

Método de Extração de Óleos Essenciais


Fig. 2 - Destilação a Vapor (escala industrial)


Método de Extração de Óleos Essenciais


Caso se queira obter um óleo ainda mais puro, repete-se todo o processo de destilação, colocando-se no destilador apenas o óleo essencial obtido da primeira vez. 


Alguns exemplos de óleos essenciais comumente obtidos por meio da destilação a vapor são a melaleuca (tea tree) e a lavanda (alfazema). 

Embora a destilação a vapor seja um método eficiente e amplamente utilizado, ele não é o mais indicado para se obter óleos essenciais que se alteram significativamente com o calor, como é o caso daqueles obtidos da casca de algumas frutas cítricas, ou aqueles que são altamente instáveis, com os obtidos de flores delicadas como o lírio  e a rosa. Nesses casos, faz-se necessário o uso de outros métodos, que veremos em outros posts.

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